O assédio no ambiente de trabalho é uma das principais fontes de processos trabalhistas que colocam as empresas em situações jurídicas delicadas. Esse tipo de conduta pode levar o trabalhador a buscar uma ação por danos morais, além de justificar a aplicação de justa causa ao colaborador que cometeu o ato.

Além da importância de evitar uma situação grave como essa no ambiente de trabalho, prevenir situações de assédio é também uma estratégia de gestão de riscos. Ser responsável com relação a esse tema não só reduz o risco de processos judiciais, mas também fortalece a imagem da companhia como um ambiente responsável e seguro.

Continue lendo e entenda como as empresas devem proceder.

Quais os tipos de assédio mais comuns no trabalho?

Para entender melhor o tema e evitar a judicialização, quando se fala em assédio no trabalho, há diversas definições possíveis, mas as mais comuns falam a respeito do assédio moral e sexual.

Por definição, assédio moral seria um tipo de conduta abusiva que visa humilhar, constranger ou intimidar o trabalhador. Já o sexual diz a respeito de qualquer comportamento de conotação sexual, feito verbalmente ou até mesmo por gestos, sem que haja consentimento da vítima.

Nestes casos, a legislação pode entrar para proteger o empregado. A exemplo disso, a reforma trabalhista (Lei nº 13.467/2017), inclui artigos para combater o assédio moral dentro do ambiente de trabalho.

Além disso, a Reforma Trabalhista, também aborda o direito de pedir indenização ao empregado que sofrer assédio moral no ambiente de trabalho.

Ou seja, ao se sentir lesado, o empregado pode recorrer à justiça e encontrar respaldo na legislação para assegurar seus direitos. Por isso, é fundamental que as empresas entendam quais são os tipos de assédio no trabalho e implementem políticas preventivas eficazes contra esse comportamento.

Quais são todos os tipos de assédio no trabalho?

Em um Guia de Orientações, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) define que há 5 tipos de assédio presentes no ambiente de trabalho. São eles: moral, sexual, horizontal, vertical e misto.

Como já ressaltamos, o assédio moral seria aquele em que um indivíduo ou grupo de pessoas são expostos a situações constrangedoras, humilhantes ou degradantes no ambiente de trabalho, de maneira contínua e prolongada.

Essas atitudes podem ser expressas por meio de gestos, palavras (faladas ou escritas) ou comportamentos que impactam negativamente a dignidade, a personalidade ou o bem-estar físico e psicológico da pessoa, comprometendo a harmonia e a saúde do ambiente profissional.

O assédio sexual, por sua vez, seria aquele que visa constranger uma pessoa, independentemente de seu gênero, orientação sexual ou identidade de gênero.

O comportamento ocorre por meio de palavras, gestos, atitudes ou qualquer outra forma de abordagem, com a intenção de obter vantagens ou favores de natureza sexual sem o consentimento da vítima.

Essa prática pode se configurar mesmo em casos pontuais, ainda que os favores sexuais não sejam realizados pela pessoa assediada, abrangendo também situações de importunação sexual.

Já o assédio horizontal ocorre quando o comportamento abusivo acontece entre colegas de trabalho que ocupam o mesmo nível hierárquico, ou seja, sem relação de superioridade entre o assediador e a vítima

Outra situação seria do assédio vertical, que acontece quando existe uma diferença hierárquica entre o assediador e a vítima, sendo o comportamento abusivo praticado por quem ocupa uma posição de chefia ou autoridade, aproveitando-se dessa condição para realizar o assédio.

Por fim, também existe o assédio misto, que, como o próprio nome indica, ocorre quando a vítima é alvo de abusos tanto por seus superiores hierárquicos quanto por colegas de trabalho, sem vínculo de subordinação entre eles.

Nesse caso, a pessoa sofre assédio de diferentes fontes dentro da mesma organização, combinando aspectos definidos pelo assédio horizontal e vertical ao mesmo tempo.

Como prevenir assédio no trabalho?

Tendo em vista que as companhias devem prevenir o assédio no ambiente de trabalho para proteger o bem-estar de seus trabalhadores e a integridade da organização, é importante entender estratégias para aplicar isso na prática.

Apesar da assessoria jurídica ser o melhor caminho para definir estratégias pensadas, exclusivamente, ao seu negócio, veja abaixo algumas possibilidades:

Vale lembrar que essas ações como essas demonstram compromisso tanto com o bem-estar dos empregados, quanto com as leis trabalhistas. Isso pode ajudar a criar um ambiente mais seguro e saudável para os colaboradores.

Quais são as consequências jurídicas do assédio no trabalho?

Há várias possíveis consequências jurídicas por situações de assédio no trabalho. A possibilidade mais preocupante é que a empresa responde de forma objetiva pelos atos de seus empregados e prepostos, não importa o cargo que eles ocupam na empresa.  

Isso pode acontecer mesmo que a companhia não tenha conhecimento prévio do assédio, e mesmo que a violação ocorra apenas por parte de um único funcionário.

Casos de assédios que resultaram em processos judiciais, reforçam como ferramentas de prevenção e atenção aos colaboradores podem ajudar a evitar que todas as formas de assédios, uma vez que, através dessas ações, a empresa estaria ciente do ocorrido e tomaria as medidas necessárias.

Vale lembrar que líderes atentos podem identificar sinais de um clima tóxico e tomar medidas para revertê-lo, além de garantir a proteção da vítima tomando as medidas cabíveis.

Um reflexo do assédio é quando o empregado se afasta da empresa por problemas de saúde, ou seja, sofre forte abalo psicológico ou emocional que impede de seguir trabalhando.

Em casos mais graves, especialmente de assédio sexual, a empresa pode ser responsabilizada criminalmente. Isso porque, no Brasil, o assédio sexual é considerado crime.

Sendo assim, a omissão ou negligência da empresa pode acarretar consequências jurídicas sérias.

Para além dos pontos já citados, é importante saber que o Ministério do Trabalho (MPT) pode aplicar multas a empresas que não combaterem o assédio no trabalho.

Quais são os impactos do assédio no trabalho para as empresas?

Para além dos prejuízos financeiros por processos trabalhistas e indenizações, outro impacto que a empresa pode enfrentar é quando o assédio acaba prejudicando, por consequência, a produtividade da companhia.

Isso porque funcionários que se sintam constrangidos ou humilhados acabam tendo mais problemas de atrasos e faltas, prejudicando toda a cadeia de trabalho e trazendo prejuízos para o retorno financeiro da empresa.

Além disso, o assédio pode levar à perda de trabalhadores e criar uma imensa rotatividade. Sendo assim necessária a seleção de novos funcionários.

Outro prejuízo acaba sendo sobre a reputação da empresa, que fica manchada pelas situações de assédio. Vale ressaltar que colaboradores que se sentem inseguros ou desrespeitados costumam procurar outras oportunidades de trabalho.

Com tudo isso, a conclusão é de que a responsabilidade sobre o bem-estar dos funcionários deve ser vista como uma obrigação, encarada com seriedade e compromisso por parte das empresas, tanto para evitar implicações legais, quanto evitar prejuízos financeiros e de imagem.

Como já explicado, companhias que negligenciam ou minimizam a importância de manter um ambiente seguro e respeitoso correm sérios riscos.

Isso porque a ausência de ações concretas para prevenir o assédio no trabalho demonstra uma falta de compromisso com os princípios fundamentais de respeito e dignidade no ambiente profissional.

Vale lembrar que as ações preventivas continuam sendo o caminho mais eficaz para minimizar os riscos de situações de assédio e possíveis problemas jurídicos.

Assim, as empresas devem buscar se adequar quanto antes, entendendo que o assédio no ambiente de trabalho não é apenas uma questão moral, mas também um risco significativo à estabilidade financeira da companhia e à sua imagem no mercado.

Ao não adotar medidas de prevenção, a organização cria, mesmo que sem querer, um ciclo vicioso, no qual o comportamento abusivo cresce e acaba por criar uma alta rotatividade de funcionários da empresa.

Neste cenário, a gestão de recursos humanos e uma assessoria jurídica podem desempenhar um papel crucial, promovendo uma boa cultura dentro da empresa ao criar possíveis soluções de combate ao assédio.

Na dúvida consulte um advogado especializado.

O escritório Pardini Advogados oferece serviços de Assessoria Jurídica para empresas com atendimento personalizado, funcionando como um suporte confiável para questões jurídicas. Somos especialistas em Direito do Trabalho Empresarial, Direito Civil Empresarial; Direito do Consumidor para empresas e LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).

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